sexta-feira, 8 de abril de 2011

"Águas públicas e a sua utilização no concelho de Fafe": livro a lançar em 18 de Abril, no Dia Internacional dos Monumentos e Sítios

A Câmara Municipal de Fafe vai comemorar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, em 18 de Abril (segunda-feira), com o lançamento da obra Águas públicas e a sua utilização no concelho de Fafe. Um contributo do ponto de vista histórico-geográfico, da autoria do Professor Francisco da Silva Costa, docente do departamento de Geografia da Universidade do Minho.
O evento tem lugar na Biblioteca Municipal, a partir das 21h30, com entrada livre.
O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios foi criado a 18 de Abril de 1982 e aprovado pela Unesco no ano seguinte, com o objectivo de sensibilizar o público para a diversidade e vulnerabilidade do património, bem como para o esforço envolvido na sua protecção e conservação. O tema deste ano é Água: cultura e património.
É exactamente nessa linha que se enquadra a obra editada pela autarquia fafense, com o patrocínio da empresa Águas do Ave e que tem prefácio e apresentação do signatário desta nota.

Do prefácio:

Direi que se trata de uma obra fascinante, pela sua singularidade, e especificidade, por abordar temas absolutamente inéditos na bibliografia local, como estes relacionados com o património ligado ao uso da água.
O livro parte de um brevíssimo enquadramento geográfico, natural, territorial e humano do município de Fafe, passando depois para a enunciação do quadro normativo e institucional relativo ao direito e gestão da água, desde o início do século XX.
O corpo da obra desenvolve-se em torno dos usos e ocupação do domínio público hídrico neste concelho, desdobrado nas mais importantes utilizações da água, nos seus cursos mais relevantes, sobretudo o Vizela, o Ferro, o Bugio e o Torto.
Fala-se, assim, da importância da rega dos campos, da cultura do linho, do papel dos moinhos de rodízio e azenhas, como espaços de actividade moageira, mas também de outros engenhos ligados ao aproveitamento das águas públicas como a serração e os lagares de azeite.
A obra aborda ainda o aproveitamento hídrico no contexto da indústria local, sobretudo a têxtil (fábricas de fiação e tecidos), bem como nas fábricas de papel, em Fareja e em Fafe, hoje desaparecidas, depois de cumprirem a sua missão histórica. Algumas linhas são, de igual modo, dedicadas ao papel das pequenas centrais hidroeléctricas, como a de Santa Rita, mas também as das fábricas do Ferro e do Bugio, necessárias à laboração daquelas importantes indústrias, cujo auge decorreu em grande parte do século passado.
A publicação é ilustrada por dezenas de projectos apresentados para licenciamento no arco temporal compreendido entre os anos de 1903 e 1970, o que extraordinariamente a enriquece.
Estamos, enfim, em presença de um livro que interessa aos fafenses, abordando uma temática que esteve e continua a estar presente no dia a dia dos cidadãos, qual seja a da utilização dos recursos hídricos no território.
Um livro que importa, assim, à maioria das freguesias, banhadas por rios e ribeiros que, ao longo do século passado, foram aproveitados para diferentes utilizações, em benefício das populações.
Um livro, enfim, que casa harmonicamente a história e a geografia do concelho, reforçando o nosso conhecimento sobre o passado e o que foi feito no território, nesta área específica.

O Professor Francisco da Silva Costa nasceu em 1966, em França. Fez parte dos seus estudos em Amarante, tendo depois concluído a licenciatura e o mestrado em Geografia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Em 2008 terminou o doutoramento na área da Geografia Física e Estudos Ambientais, com uma dissertação intitulada “A Gestão das Águas Públicas – O caso da bacia hidrográfica do rio Ave no período 1902-1973”.
Faz parte do departamento de Geografia da Universidade do Minho desde 1998, exercendo nesta altura as funções de professor auxiliar.
Investigador do Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território e do Núcleo de Investigação em Geografia e Planeamento, tem-se dedicado a várias temáticas, entre as quais se destacam o Domínio Público Hídrico, a gestão da água e o planeamento dos recursos hídricos, a educação ambiental e os riscos naturais.

2 comentários:

Hugo Nofx disse...

Às vezes, venho aqui matar um pouco a saudade que sinto por esta bonita cidade de gente muito boa. Foi bom encontrá-lo, no outro dia, nos perfis dos bloggers. Lembro-me de falar consigo, brevemente, já há muito tempo, nessa sua terra linda, quando eu a visitava regularmente. Desculpe-me a sintaxe sofrível, mas tenho lido pouco, infelizmente. Tenho que ver com mais calma todo o seu blogue. Eu sei que tem a qualidade a que já nos habituou.
Abraço.

ARTUR COIMBRA disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Já não me recordo das circunstâncias em que falámos, nem quando. Fico feliz por gostar desta sala de visitas do Minho.
Um grande abraço.