domingo, 1 de maio de 2011

Poema ao Trabalhador


Em Maio, a terra se revolve em sementes,               
Por tuas mãos calosas,
E logo serão frutos, cálices, rosas
Como se de um gesto de anjo
Florescessem auroras
Ou anoitecessem poentes

Em Maio, é de oiro o trabalho
Multiplicadas as mãos, ao sabor
Dos arados e das leiras em redor
As asas volitando em enérgico
Voo, por sobre os ninhos
E o perfume eterno do orvalho

Em Maio, há mãos como em Abril
Os cravos vermelhos renasceram
E os olhos o futuro devolveram
Como campos de trigo para lavrar
Como livros de cristal por descobrir
Em páginas de magia e de luar

São de Maio ou de Setembro
As tuas mãos de fada, de flor as mãos
Que tecem rios de luz, eiras de grãos
Ao ritmo das horas de sol a pino
As rolas nos pinhais a debruar
O canto e o corpo do seu destino

Em Maio, não há mais beijo que o pudor
Verde mais puro que o das maçãs
Que as mãos desenham pelas manhãs
Na música líquida por sob as pontes
Que é de ferro a vontade, a alma de aço
De veludo o coração trabalhador

2 comentários:

Luísa disse...

Maio, verde Maio!
Maio inspirador dos poetas,
dos homens das letras,
e das id´´eias a florir!
Belo poema de Maio, do dia do trabalhador!
Beijinho terno!

ARTUR COIMBRA disse...

Obrigado, Luísa, pelos seus comentários, sempre amigos, sempre ternos, sempre eivados do perfume da poesia.
Bjos.