sábado, 11 de junho de 2011

Feira tradicional voltou a animar a cidade de Fafe


Como tem acontecido nos últimos dias 10 de Junho, a Praça 25 de Abril, coração urbano de Fafe, foi ocupado pelos feirantes dos mais diversos ramos, encenando uma feira tradicional de há décadas.
Ao longo de um dia solarengo e aprazível, passaram pelas inúmeras barracas dispersas pela praça largas centenas ou até milhares de pessoas que se encantaram com os produtos expostos, que iam dos produtos agrícolas das nossas aldeias às louças de barro, dos diversos produtos do fumeiro ao pão e aos doces, dos brinquedos de madeira da nossa infância, incluindo as lousas e os piões, que fizeram as delícias dos mais pequenos, a diferentes artigos de artesanato tradicional, como os xailes, os lenços, as meias de lã, os cestos e os açafates. Foi o regresso à memória da vida campestre e dos seus plurais instrumentos e vivências individuais e colectivas.
Não faltaram os pregões das vendedoras ambulantes, o ardina a vender os jornais do dia, nem faltou obviamente a tenda dos comes e bebes onde muitos almoçaram e provaram das pataniscas e das iguarias proporcionadas pela organização.
Ao longo do dia, o Rancho Folclórico de Fafe, que organizou o certame, com o apoio de grupos congéneres da região, deu asas aos seus cantares e dançares, que animaram por um dia o centro da nossa cidade, que assim regressou a outros tempos, ainda não muito distantes, em que as feiras semanais e anuais se realizavam na praça central da então vila (primeiro, Praça da República e, depois, Praça Oliveira Salazar).
Será de recordar que em Fafe se realiza a feira semanal das quartas-feiras desde 15 de Abril de 1872, vai para 140 anos…

Feira semanal, há cerca de um século atrás...
Tendo mudado de local, hoje concentrando-se na Praça das Comunidades, e de filosofia, mesmo assim as feiras continuam como locais de exposição e venda de toda a sorte de produtos, desde os agrícolas aos artesanais e até industriais. Os agricultores descem dos seus espaços rurais, às quartas-feiras, para comercializar couves, batatas, feijão, fruta ou coelhos com que reforçam o rendimento familiar. Os artesãos fazem-nos de igual modo, expondo cestaria, chapéus de palha ou pequenos móveis e objectos de uso doméstico ou decorativo. Depois, há os “profissionais” das feiras, que correm todos os certames das redondezas, com as suas tendas de sapatos, roupas, miudezas, ourivesaria.
Vindas da Idade Média, as feiras têm hoje outras componentes, eventualmente outros objectivos e motivações. A função e pertinência mantêm-se, sobrevivendo à realidade das pequenas e grandes superfícies.
Todos os anos, no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, o Rancho Folclórico de Fafe transporta-nos à pureza das feiras que se realizavam há muitos, muitos anos. No local certo, o coração da cidade!...

Fotos: Manuel Meira Correia

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