quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A justiça que temos!...

Acusação recorrente: Portugal é o país em que os poderosos tudo fazem para escapar à justiça, lançando mão dos expedientes que as leis proporcionam para adiar o cumprimento das sentenças, até que prescrevem. É o caso dos Isaltinos e de outros i(Morais).
Mas de outros enviesados casos se faz e tem feito o percurso da (in)justiça neste país nos anos mais recentes: Casa Pia, Face Oculta, Apito Dourado, etc.
Em todos eles, gente potente da política, da sociedade, do futebol, que não é julgada como devia, pelo poder ou pelo dinheiro que tem.
Ao contrário dos pobres, dos despossuídos, que às vezes têm de roubar para comer, ou não têm dinheiro para pagar coimas. Nesses casos, têm de pagar com prisão a sua manifesta falta de estatuto económico ou social. Porque gente rica não vai para a cadeia, coisa de pobre, está visto.
Duas notícias destes dias, retiradas do JN (Porto).
Acima, um sem-abrigo que vai ser julgado por tentar furtar seis chocolates de um supermercado Lidl, no Porto, no valor de 14,34 euros. Sempre que é necessário notificá-lo para comparecer em tribunal, a PSP tem de andar à procura dele. Polícias à procura de um sem-abrigo, processo burocrático em tribunal, tempo gasto por juiz e oficiais de diligências: quanto gasta o país (quer dizer, todos nós) para que uma empresa privada seja ressarcida de uns míseros 14,34 euros?!... Inqualificável!...
A seguir, o caso do pastor de Beja, de 75 anos, que não tem dinheiro para pagar uma multa de 540 euros e foi para a cadeia cumprir dois meses de prisão, acusado de condução de veículo em estado de embriaguez (não este, mas o homem). O idoso conduzia uma moto-quatro num caminho de terra batida, nos campos onde trabalhava. Caiu, sem provocar estragos ou causar feridos. Mas foi para o hospital e lá foi submetido ao teste do álcool.
Um juiz insensível mandou-o para a prisão. Porque era pobre e não tinha dinheiro para pagar uma coima disparatada. Afinal, só os pobres vão parar à cadeia neste país que já foi de Abril.
É revoltante o estado da justiça!...

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