sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

1961: Há 50 anos começou a devastadora Guerra Colonial em África


Oportunamente haveremos de fazer a história dos combatentes de Fafe!

Escrevemos já que há 50 anos, a partir de 1961, se intensificou a emigração para França, que continuaria nos anos imediatos, a maioria clandestinamente, “a salto”, como então se dizia. Já eu nessa altura, em plena infância, era filho de um emigrante.
Para fugir à miséria e à escravidão a que Salazar tinha votado criminosamente o país. Mas também para escapar à guerra colonial, que se iniciou em Fevereiro de 1961, em Angola e depois se haveria de estender a Moçambique e à Guiné-Bissau, sobretudo.
Ao longo de 13 anos, foram muitos milhares os jovens na flor da idade que embarcaram para servir de “carne para canhão” ao serviço de desígnios políticos que nada diziam à imensa maioria dos mancebos recrutados na pobreza e na ignorância.
Dessas campanhas no então Ultramar, resultaram milhares de mortos, feridos e estropiados. Ainda hoje há inúmeros ex-combatentes por todo o país que sofrem as consequências da guerra, nos traumas e feridas psicológicas que teimam em cicatrizar.
Ao longo dos últimos anos, tem saído imensa literatura sobre a Guerra Colonial, desde romances (António Lobo Antunes, Lídia Jorge, João de Melo, José Manuel Mendes e tantos outros) e poemas (Manuel Alegre é o maior poeta da guerra) à memorialística dos soldados que nela participaram em diferentes momentos e em cenários diversos.
Também têm sido publicados incontáveis ensaios e estudos de investigação sobre um tema que ainda arde e dói na alma portuguesa. Sobretudo neste ano em que começa a evocação do cinquentenário da deflagração do conflito armado.
Aqui fica a indicação de algumas das obras sobre a Guerra Colonial em África, de diferentes autores e perspectivas, coincidentes em retratar os 13 anos mais decisivos para a queda do regime fascista, em 25 de Abril de 1974. São apenas algumas obras do meu espólio particular sobre uma guerra em que fatalmente iria atolar-me, não fora a bendita acção dos "capitães de Abril".
Haveremos de falar (aqui ou em outro local) de alguns dos combatentes fafenses no teatro de guerra africano entre 1961 e 1974 e fazer um pouco da história da participação dos nossos conterrâneos no conflito que ainda hoje não está completamente pacificado na sociedade portuguesa.







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