quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Teatro Vitrine repõe comédia “Bolingbrook”dia 1 de Dezembro


Quinta-feira, 21h30
Preço: 3 €
Duração: 90’
Classificação: M/6

No âmbito das comemorações do 79º aniversário da fundação do Grupo Nun’Álvares, o Teatro Vitrine, secção da emblemática colectividade fafense, repõe a comédia Bolingbrook”, no Teatro-Cinema, esta quinta-feira, dia 1 de Dezembro, feriado nacional (talvez pela última vez).
“Bolingbrook” é uma comédia de costumes recheada de crítica social da época com personagens originais onde o tratamento preconceituoso era considerado normal. O enredo passa-se entre Lisboa e Porto, no final do séc. XVI, no meio de Feiras e Tabernas típicas da época, com muita música à mistura.
A peça conta a história de dois amigos ingleses, John e Bolingbrook que, apaixonados pelas irmãs Virgínia e Clarisse, e em mais uma visita a Lisboa, decidem roubá-las ao pai que, por sua vez, não consente que suas filhas namorem com dois estrangeiros. Já no Porto, longe de casa, as duas irmãs sofrem com o tratamento britânico dos seus maridos que em nada se parecem com os antigos amantes que em tempos conheceram. Para culminar, vêm a saber que na realidade não estão casadas legitimamente e mais não passam do que amantes dos próprios maridos…


FICHA TÉCNICA:
AUTOR: adaptação do texto de Martins Pena
ENCENAÇÃO: Orlando Alves
ELENCO: Orlando Alves, como Bobo; Verónica Costa, como Tocador; Daniel Pinto, como Jeremia; Norberto Cunha, como John; Rafael Leite, como William Bolingbrook; Elisa Freitas, como Clarisse; Andreia Fernandes, como Virgínia; Anabela Teixeira, como Henriqueta; Joaquim Leite, como Narciso das Neves; Olga Freitas, como Judite e alunos da Cercifaf, restante elenco.
CENOGRAFIA e FIGURINOS: Teatro Vitrine
LUMINOTECNIA: Gilberto Magalhães
SONOPLASTIA: Filipe Ferreira

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pista de cicloturismo está a ser requalificada e ampliada até ao Parque da Cidade

A Pista de Cicloturismo que aproveita o traçado da linha de caminho-de-ferro que ligava Fafe a Guimarães e que foi desactivada em 1985, está a ser objecto de obras de requalificação, melhoria e ampliação.
A pista foi inaugurada em 1996, pelo então presidente da República Jorge Sampaio, e a sua requalificação tem como base a melhoria da segurança dos utentes, um aumento do conforto na utilização do espaço e uma nova abordagem, contemplando uma continuidade e uma ligação à pista existente no Parque da Cidade.
A autarquia pretende aumentar a segurança dos utentes através da introdução de iluminação ao longo da pista, permitindo a utilização da pista por um período mais longo, o que acontecerá a partir de Fevereiro do próximo ano. Tendo como objectivo a segurança dos utentes, serão repensados os cruzamentos e travessias da pista, relativamente às vias que com ela confinam, através de pinturas específicas e barreiras mais adequadas. A sinalização será, de igual modo, redefinida, sendo adoptada nova sinalética, mais de acordo com o espírito de uma pista de cicloturismo.
O conforto dos utentes será melhorado através da implementação de novo mobiliário urbano (bancos, bebedouros, etc.), a colocar periodicamente ao longo da pista e da criação de locais de descanso que permitirão aos utentes o usufruto mais alargado do equipamento.
O pavimento da pista de cicloturismo será requalificado, tendo como objectivo melhorar as condições de utilização, permitindo aos utentes uma utilização mais segura. No pavimento será também pintada uma faixa separadora dos sentidos de trânsito e serão criados novos marcadores de distância.
Ao requalificar a pista, a Câmara pretende prolongar o tipo de tratamento dado na pista no Parque da Cidade, potenciando a sua complementaridade. Desta forma, o grafismo utilizado na pista de cicloturismo será alargado à parte do Parque da Cidade. As travessias existentes terão um tratamento visual idêntico.
A requalificação da pista de cicloturismo significará um aumento da qualidade dos equipamentos destinados ao lazer, existentes no concelho, bem como a sua ligação ao Parque da Cidade aproximará este equipamento do centro urbano, tornando-o desta forma mais atractivo aos utentes.
O alargamento da pista de cicloturismo ao parque da cidade representa um acréscimo de cerca de 1300 m no total de pista reservada à prática de cicloturismo, perfazendo um total de aproximadamente 7500 m, ligando a Praça Mártires do Fascismo até à antiga estação de Fareja, no limite do concelho.
O investimento previsto para a empreitada que dará outra dimensão à Pista de Cicloturismo será superior a 100 000 euros.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Banda UHF veio a Fafe gravar CD em dois fantásticos espectáculos


O Teatro-Cinema de Fafe foi palco este fim-de-semana de dois grandiosos espectáculos da banda UHF, que aproveitou para gravar 32 músicas para a edição, em Março de 2012, de um álbum em CD. O disco será oportunamente apresentado ao país no local da gravação, a mítica sala de espectáculos fafense.
Fafe orgulha-se de ter sido escolhida para a gravação do primeiro registo ao vivo totalmente acústico da famosa banda de Almada, que quis assim homenagear o público do Minho e do Norte, onde realiza a maioria dos seus espectáculos.
O Teatro-Cinema de Fafe foi o local escolhido para o efeito, dadas as excelentes condições acústicas que disponibiliza, a beleza arquitectónica e artística da sala e o acolhimento da cidade, aquando do concerto realizado aqui pelo grupo o ano passado.
Da mesma forma, a banda aproveitou para comemorar em Fafe os 33 anos da sua formação, que remonta a 1978.
Ao longo de duas horas, em cada um dos espectáculos, foram passadas em revista as canções mais emblemáticas dos UHF, em formato acústico e em alguns casos com versões distintas das originais a que estamos habituados, desde os mais antigos “Jorge Morreu” (o primeiro tema gravado pela banda, em 1979), “Cavalos de Corrida”, “Rua do Carmo”, “Rapaz Caleidoscópio”, até aos mais recentes “Na Tua Cama”, “Uma Palavra Tua”, “A Lágrima Caiu”, “Matas-me com o Teu Olhar” ou “Viver para Te Ver”. A banda interpretou ainda, magistralmente, versões de temas como “Menina Estás à Janela” ou “Vejam Bem”, esta de um dos grandes ícones da música portuguesa, Zeca Afonso, muito apreciado pelo líder do grupo, António Manuel Ribeiro.
Lugar especial tiveram duas canções que estão a transformar-se em hinos de alguma “evangelização” dos UHF, neste momento de grave crise, em favor de uma atitude positiva face ao presente e ao futuro. A primeira, tem o título “Por Portugal Eu Dou” e propõe: “Por Portugal eu dou/ O melhor que há em mim/ Juntos somos um povo/ A força de um país”.
Para António Manuel Ribeiro, é urgente uma atitude positiva, que valorize o talento de que somos capazes, que ultrapasse o natural derrotismo: “quando queremos, somos capazes de empunhar uma espada virtual”. Ou seja, todos os dias somos grandes, quase sem disso termos consciência. “Seremos uma Nação, quando 10 milhões o quiserem”, proclama o líder dos UHF, que com aquela música distribuída gratuitamente aos espectadores dá a contribuição ao seu país para ultrapassar o pessimismo e a frustração.
Os espectáculos terminaram exactamente com outro tema recorrente desta fase dos UHF, “Portugal (somos nós)”, com o apelo colectivo a não ir abaixo, “É só um mau bocado/ Que vai passar”.
Sempre a mesma força, a coragem, a atitude construtiva face a uma situação que conduz naturalmente os portugueses à desmotivação e à descrença, que importa combater, neste caso pela música.
Estes dois espectáculos, para lá da divulgação que fizeram e vão fazer de Fafe, também trouxeram mais valias à economia local, porquanto não apenas a equipa técnica e artística aqui estiveram dois dias como um conjunto de fãs da banda, vindos dos mais diversos pontos do país, aqui comeram e dormiram.











Tertúlia com António Manuel Ribeiro

Na noite de sexta-feira, o líder da banda, António Manuel Ribeiro, protagonizou na Biblioteca Municipal de Fafe, e durante mais de uma hora, uma interessante tertúlia, em que falou da carreira dos UHF mas também da sua própria perspectiva sobre o rumo do país, da música, da poesia.
Falou das suas influências iniciais, da descoberta dos Doors, dos Rolling Stones, na sua juventude, mas também dos calafrios que lhe causaram Os Vampiros, de Zeca Afonso ou Os Sobreviventes, de Sérgio Godinho.
Falou da riqueza da cultura portuguesa, de Camões a Fernando Pessoa, a Saramago, a Lobo Antunes, a Sofia, a Siza Vieira, a António Damásio.
Abordou a sua excessiva doação à profissão, demasiado absorvente, em detrimento da vida pessoal, o que espera reverter nos próximos tempos (o que é difícil acreditar, convenhamos).
António Manuel Ribeiro falou ainda dos 33 músicos que já trabalharam nos UHF e que foram saindo pelas mais variadas razões, uns com os quais se zangou, outros que não aguentaram a pressão dos espectáculos.
Considera o seu último CD, “Porquê?”, um disco de intervenção. Porque levanta questões, reflecte o momento do país, aponta atitudes positivas para ultrapassar a crise.
Uma noite bem passada, perante uma pessoa inteligente, pensadora, com quem se aprende a estar e a ser.
Foi um privilégio ter estado ao lado de um homem com H grande, como António Manuel Ribeiro!






 Fotos: Manuel Meira Correia!

domingo, 27 de novembro de 2011

Livro de Augusto Fera encheu a Biblioteca Municipal de Fafe


Na tarde de sábado, 26 de Novembro, a Junta de Freguesia de Fafe promoveu a apresentação, na Biblioteca Municipal da cidade, da obra Cruz de Chumbo e Outros Poemas (176 p.) do poeta Augusto Fera, edição organizada e prefaciada por Artur F. Coimbra, presidente do Núcleo de Artes e Letras de Fafe e editada pela autarquia.
A sala encheu de familiares, conterrâneos e amigos de Augusto Ferreira, seu nome de baptismo, poeta invisual, natural de Armil (1939) e residente na zona da Fábrica do Ferro, que concretizou assim, através da louvável iniciativa da Junta fafense, o sonho de editar um livro de poesia, que compila a sua produção literária de meio século, a partir de 1961.
Além de inúmeros fafenses, marcaram a sua presença o Padre Mário de Oliveira, o célebre “Padre Mário da Lixa”, bem como o Dr. Adelino Loureiro, administrador da Fábrica de Fiação e Tecidos de Fafe, onde Augusto Ferreira trabalhou como telefonista desde 1963 e durante três décadas.
A obra foi apresentada pelo organizador, Artur Coimbra, que leu alguns excertos do prefácio feito expressamente para Cruz de Chumbo e Outros Poemas e onde refere, a propósito do projecto de vários anos para a publicação da poesia de Fera, que muito admira: “A oportunidade acaba de surgir com a iniciativa do Presidente da Junta de Freguesia de Fafe de editar a obra de Augusto Fera num único volume. Bem andou José Mário Silva (mais uma vez…) em concretizar esta aspiração sua (que sempre foi também nossa…) de homenagear um poeta até agora impublicado em livro e que nos habituámos a fruir, lentamente, à medida que o seu estro ia debitando poemas para as páginas dos ansiosos jornais.
Um poeta popular que faz parte da identidade literária fafense, sem dúvida! E que agora, finalmente, vê a luz da publicação, apesar da sua repetida renitência em o fazer…”.
Augusto Ferreira, um poeta maior das nossas letras, apesar da sua humildade, publicou, nos últimos 50 anos, primeiro com o seu nome de baptismo, depois com os pseudónimos “Augusto de Armil”, relativo à sua freguesia de origem e, a partir de 1 de Janeiro de 1972, Augusto Fera (primeira e última sílaba de Ferreira), largas dezenas de quadras e sonetos.
Augusto Fera, sendo invisual e detendo apenas a antiga quarta classe do ensino básico, denota uma cultura geral muito acima da média, assinalada por um conhecimento profundo da mitologia greco-latina e dos autores clássicos.
Mas não só: a linguagem literária de que o poeta lança mão, na sua multiplicidade de recursos, é de todo assinalável. Estamos em presença de uma voz absolutamente cuidada, com a maior preocupação de uso de figuras de estilo e de um vocabulário rico, meditado e trabalhado.
A obra, de notadora de uma sensibilidade notável, está organizada em cinco módulos, com os títulos “Cruz de Chumbo”, “Poemas Soltos”, “Remígios”, “Versos Diversos” e “Versos Premiados”. Inclui excelentes ilustrações dos artistas locais J. J. Silva e Filipe Sampaio.
Visivelmente emocionado, o poeta não quis falar, delegando no seu filho Filipe a tarefa de exarar os mais amplos agradecimentos a quem contribuiu para a concretização do sonho do poeta.
No final, o presidente da Junta de Freguesia, José Mário Silva, congratulou-se com a concretização da edição da obra e falou das suas memórias dos tempos em que Fera habitou (tal como ele) na miserável rua da Ponte do Ranha, em que foi seu “mestre” e participante em jogos de dominó, altura em que já ansiava a publicação do seu livro Cruz de Chumbo, que finalmente viu a luz da edição, juntamente com a maioria dos poemas que escreveu nas décadas seguintes!...
Foi o vigésimo livro a ser apresentado este ano em Fafe. Apenas um não é de autores fafenses ou de temática local.
Um estrondo, sem qualquer dúvida!...
Parabéns à Junta de Freguesia de Fafe por esta excelente iniciativa de publicar, homenagear e reabilitar um dos grandes poetas fafenses vivos, Augusto Fera!...
Um poeta que merece ser lido, meditado e exaltado!...
Seguem-se fotografias da autoria de Jesus Martinho, um grande fotógrafo, que acompanhou a par e passo a sessão de apresentação da obra!












quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Fiz greve, fui patriota!

 
Por uma carrada de boas razões, imensos milhares de trabalhadores de todo o país e de múltiplos sectores de actividade, estiveram hoje em greve. Não foi certamente uma greve geral, como as confederações sindicais almejavam, mas perturbou o funcionamento de sectores nevrálgicos da sociedade portuguesa, como os transportes, os hospitais, as escolas, as autarquias.
A guerra dos números voltou a instalar-se, como é costume. Para os sindicatos, as percentagens são elevadas; para o governo, como sempre (o ano passado, com Sócrates, foi exactamente o mesmo), numa manobra de desvalorização, os valores foram sofríveis.
Eu também fiz greve, e com toda a consciência e com as minhas razões!
Certos analistas e empresários, em declarações espúrias ao longo do dia de hoje, quase me fizeram sentir culpado por me permitir exercer um direito constitucional (artigo 57º, nºs 1 e 2) do tempo em que a Constituição era respeitada e se instituía como Texto Fundamental da Nação, o que hoje, com o governo de direita e da troika, não acontece, como todos sabemos.
Que, enfim, fazer greve num tempo destes configura quase um crime. O país está de rastos (já estava de “tanga” no tempo de Durão Barroso, há quase uma década, ele que depois se escapuliu para o exílio dourado da Comissão Europeia…) e a greve apenas contribui para afundar a economia, dizem eles, com a dose de cinismo e de ignorância que por aí muito campeia.
Descontando o óbvio exagero destas opiniões, sempre gostaria de afirmar, alto e bom som, urbi et orbi, que não me pesa minimamente na consciência a greve que fiz.
Por estas razões:
1 – Não fui eu quem provocou os grandes “buracos” ou “crateras” que afundaram o país.
2 – Não fui eu quem mandou construir a gigantesca rede de auto-estradas que enxameiam o país e é uma das maiores da Europa.
3 – Não fui eu quem hipotecou o presente e o futuro ao negociar as famigeradas PPP para as auto-estradas, hospitais e outros empreendimentos faraónicos, em que o risco foi sempre colocado do lado do Estado e o gordo lucro do lado dos privados, que apreciam de sobremaneira dizer mal do Estado mas passam a vida a mamar das suas tetas.
4 – Não fui eu quem lamentavelmente nacionalizou o BPN, lesando o interesse público em milhares de milhões de euros, que todos os contribuintes vão pagar com língua de palmo.
5 – Não fui eu quem cavou os “buracos” da Madeira e continua a alimentar o regabofe dos gastos paranóicos de milhões de euros em foguetórios, iluminações e outras inutilidades que agridem e escandalizam os continentais que, mais uma vez, vão desembolsar para o peditório que já enoja.
6 – Não fui eu quem ganhou fortunas com a especulação financeira e agora tem o desplante de reclamar e recorrer aos fundos de recapitalização bancária com o dinheiro que todos nós vamos suportar.
7 – Não fui eu quem decretou os ordenados escandalosos e as mordomias vergonhosas das administrações de empresas públicas falidas.
8 – Não fui eu quem criou as condições para os lucros especulativos e canibalescos das grandes empresas deste país (EDP, GALP, etc.) e do sistema bancário.
Ademais, nunca vivi acima das minhas possibilidades, como estes caramelos passam a vida a acusar-me; sempre paguei os meus impostos, ao contrário de milhares de vigaristas que por aí andam a pavonear-se; não devo nada a ninguém, o que, bem vistas as coisas, nestes tempos inomináveis, nem parece ser uma virtude.
Por isso, não me venham com a treta falaciosa de que não devia fazer greve, porque o país está como está. Se o país está na miséria, alguém o colocou lá, e que pague por isso.
Fiz greve, sim senhor, sem manipulações sindicais (não estou nem nunca estive sindicalizado, embora reconheça e aplauda o seu fundamental papel de apoio aos trabalhadores), para manifestar o meu crescente descontentamento, a minha cada vez maior indignação, o meu irreprimível protesto para com os políticos que afundam e que estão a coarctar alguns dos meus direitos, roubando descaradamente parte do ordenado que vim construindo pelo meu trabalho de mais de três décadas e pela minha formação académica.
É preciso respeitar valores e ter alguma decência, meus amigos!...
Espoliado financeiramente, agredido em direitos fundamentais, não haveria de aderir a esta greve, embora com a consciência clara de que, desafortunadamente, não leva a lado nenhum?!...
Leva, pelo menos, ao cais da revolta, da repulsa, da indignação face a uma política que assume o empobrecimento dos seus cidadãos, a austeridade sempre para os mesmos, a subserviência canina face à intervenção estrangeira e às posições isoladas da dona de casa alemã, que a Europa já não suporta e que, felizmente, não estará no poder por muito mais tempo!...
Por brincadeira, poderei afirmar que até fui patriota no dia de hoje: contribuí, a meu modo, para a diminuição da despesa pública!...

PS – Para alguns analistas, economistas, empresários e governantes que estavam tão preocupados com as consequências financeiras da greve de hoje, em que nem metade do país parou, como se previa, gostaria de chamar a atenção para os “irreparáveis prejuízos” que advirão dos dois feriados nas próximas quintas-feiras, que até dão jeito para excelentes “pontes”: 1 e 8 de Dezembro! Lá vai a produtividade!...
Mais valia proibi-los desde já, em nome da troika, da Merkl e da famosa dupla humorística Passos/Gaspar!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

“Cruz de Chumbo e outros poemas” – livro de Augusto Fera este sábado à tarde na Biblioteca Municipal de Fafe

Este sábado, 26 de Novembro, a partir das 15h00, tem lugar na Biblioteca Municipal de Fafe a apresentação da obra Cruz de Chumbo e outros poemas, de Augusto Fera (edição da Junta de Freguesia de Fafe, com organização, prefácio e notas de Artur Coimbra). São 50 anos de poemas num livro só.
Ninguém acredita mas é já o vigésimo livro apresentado este ano em Fafe, 19 dos quais de autores naturais ou residentes neste município, ou sobre temas locais. É um dinamismo editorial que está ao nível de cidades de muito maior dimensão e dá a medida da actividade cultural e literária do nosso meio!... Será que alguém deu por isso?
Cruz de Chumbo e outros poemas concretiza um sonho de décadas de Augusto Fera, um poeta invisual que “vê” a poesia como ninguém, no seu talento, na sua criatividade, na sua indesmentível verve literária.
Este é um livro que há décadas existe em potência e que foi sucessivamente anunciado pelo autor aquando da publicação de poemas na imprensa local, na qual se fartou de colaborar.
Augusto Fera é o pseudónimo literário de Augusto Ferreira, nascido no lugar de Souto, freguesia de Armil, deste concelho, em 29 de Dezembro de 1939.
O seu primeiro trabalho publicado num jornal tem a data de 16/09/1961 (já lá vão 50 anos) e foi editado no semanário Povo de Fafe. Era assinado pelo nome de baptismo de Augusto Ferreira e, entre parêntesis, figurava o ápodo de “cego armilense”.
Nos primeiros anos, usava os nomes de “Augusto Ferreira”, seu nome de baptismo e de “Augusto Armil”, numa clara alusão à freguesia de nascimento.
A primeira vez que aparece o nome de guerra de Augusto Fera, que o haveria de consagrar para o futuro, foi no Povo de Fafe de 1 de Janeiro de 1972.
Fera impõe-se pelo cultivo da quadra popular (e publicitária) e do soneto, tendo concorrido a dezenas de certames literários, concursos e jogos florais, nos quais averbou inúmeros prémios.
A obra que agora surge a público, coligindo a sua produção poética, estrutura-se em cinco módulos, identificados pelos títulos “Cruz de Chumbo”, “Poemas Soltos”, “Remígios”, “Versos Diversos” e “Versos Premiados”, num total de mais de uma centena de poemas dos mais diversos estilos e dimensões.
Um livro que não é uma surpresa, para quem foi conhecendo o trabalho poético do autor disperso pelos jornais locais, mas que impõe Augusto Fera como um poeta de elevado gabarito literário, com uma linguagem acima da média e uma estilística como só os melhores vates conseguem.
O livro (174 páginas) inclui ainda belíssimas ilustrações a cores dos pintores fafenses J. J. Silva e Filipe Sampaio. Em anexo, inclui um CD com os poemas ditos pelo organizador da obra, especialmente dirigido aos invisuais.
Aqui fica um dos poemas mais emblemáticos e mais belos de Augusto Fera, com o título

Inconformismo

 
Que hora herdou a coroa de oiro fino
Da dinastia de horas enlutadas?
A quem deu o retrós das madrugadas
As contas do colar diamantino?

Onde soltam as mãos do sol bambino
As borboletas de asas pintalgadas?
Que tálamo de musas ou de fadas
Debruará o arco-íris peregrino?

Que é da nau deste chilre que me chega?
Que é das rendas das filhas de Nereu?
Onde coram as faces matinais?

Se foi para brincar à cabra-cega
Que Tu, meu Deus, vendaste os olhos meus,
Desvenda-os, que eu não quero brincar mais.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

CD musicais editados por artistas e grupos fafenses

Ao longo dos últimos meses, têm vindo a lume gravações musicais em CD (Compact Disc) de artistas e grupos fafenses, de raíz popular ou folclórica que, genericamente, elevam a auto-estima local, da melhor forma que cada um consegue.
Em praticamente todos eles, há músicas ou canções dedicadas a Fafe, às suas gentes, lendas, tradições e valores, o que não pode deixar de se salientar, como altamente positivo e motivador.
Temos conhecimento dos CD que apresentamos a seguir (capa e contracapa), que não quer significar que sejam todos os que se editaram em Fafe. Se porventura falta algum (e nunca se sabe), agradecemos que no-lo comuniquem, para se reparar o lapso.
Aqui ficam, então, cinco gravações de que temos conhecimento, com o nosso abraço de parabéns e de enorme reconhecimento para todos eles, que são quem vai tecendo a identidade popular do nosso concelho.

Fernando Correia, “Com Fafe ninguém Fanfe”



Grupo de Concertinas Ribeiro & Amigos, “As concertinas fazem falta”



Grupo de Concertinas da Escola de Seidões – ARCDS


Grupo Musical 20Ver



Grupo Folclórico da Casa do Povo de Arões, “Por terras de Santo Ovídio”, Vol. 2

Carminho, a nova menina do fado, canta no Teatro-Cinema de Fafe a 9 de Dezembro

A fadista Carminho, de apenas 27 anos e uma das vozes mais promissoras do fado moderno, vai estar em Fafe no dia 9 de Dezembro, no Teatro-Cinema, no âmbito do projecto “Concertos Íntimos”. Um concerto aguardado com enorme expectativa e que tem já bilhetes à venda, no Posto de Turismo, como habitualmente.
O Notícias Magazine deste domingo faz uma interessante reportagem com a jovem fadista, “na semana em que o seu primeiro disco (Fado) foi escolhido como um dos dez melhores do mundo”, pela revista inglesa Songlines, “que costuma ser a antecâmara dos World Music Awards”.
A menina do fado canta desde os 12 anos, nasceu e cresceu no meio do fado, que herdou da família e em especial da mãe (Teresa Siqueira). Está a amadurecer e a conquistar o seu espaço no meio musical português e mundial.
Carminho, que tem o curso de marketing, depois de ter gostado de arqueologia e de jornalismo, está a gravar um novo disco, a sair no início do próximo ano.
Enquanto não vem a Fafe, ficamos com a excelente entrevista concedida à NM em que fala da sua curta vida, da sua actividade mais ou menos profissional de fadista (desde os 15 anos), dos seus projectos e afirma, designadamente, que assume o fado tradicional, mas à sua maneira:

Não tenho pretensões em mudar o fado. O fado é maior do que eu. Mas acontece que eu sou do século XXI, trago uma história que não tem mais de 27 anos, curta em relação à história do fado. Bebi influências antigas, mas, no final, sou o resultado, completamente involuntário da minha história enquanto pessoa e da história daquilo em que acredito. (…)
Não é modernidade, nem antiguidade, nem tradição. É cantar fado tradicional à minha maneira, o que acaba por ter uma cor.