sexta-feira, 27 de julho de 2012

A culpa é toda do Arcebispo!

Não é que o assunto me preocupe muito, porque até nem sou grande frequentador da Igreja, para lá dos costumeiros casamentos, funerais e missas de aniversário. Mas penaliza-me este jogo constante de política religiosa do Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, cujas atitudes que tem tomado nos últimos tempos, em especial nos dois últimos anos, não se entendem muito bem e não se moldam aos propósitos cristãos da pacificação e da acalmia das consciências. Nem de perto nem de longe!
E espanta-me que homens absolutamente cultos e bem formados, como são os sacerdotes, tenham de andar como autênticos títeres nas mãos dos bispos, ao sabor sabe-se lá de que estratagemas, apenas “porque tem de ser”, “porque um padre tem de cumprir as ordens superiores”, “porque é essa a vontade de Deus”! O tanas, é o que é!...
É altura de recordar a pouca-vergonha registada aqui há dois anos e a forma aviltante e indigna como o Arcebispo de Braga afastou o Padre Peixoto Lopes da titularidade da paróquia de Fafe, que se encontrava a servir havia 25 anos e na qual desenvolveu notável obra social e religiosa em favor dos paroquianos. Que, pelos vistos, não terá chegado para os desígnios insondáveis (e nunca esclarecidos) do prelado bracarense, que ficará na história por alguma marca que não pela bondade… 
Para o lugar do Padre Lopes veio o Padre João Fernando Araújo, directamente da vizinha paróquia de S. Torcato, onde esteve 11 anos e era muito querido. Durante dois anos aqui desenvolveu o seu trabalho, e bem, ao que se ouve, sem qualquer culpa do que se passou antes, mas acabou por ser vítima dos estilhaços da “guerra” que teve lugar há dois anos. Um conjunto de circunstâncias terá contribuído para a sua saída da paroquialidade. Anuncia-se que sai em Setembro próximo, exactamente dois anos após a sua chegada, por razões que são mais da ordem da presunção do que do conhecimento público. Nem isso será o mais importante.
É lamentável que tudo isto esteja a acontecer.
Peço desculpa de expender a minha opinião (e se calhar estou a meter a foice em seara alheia), mas a culpa do que está a passar-se na paróquia de Fafe é exclusivamente do Arcebispo de Braga. Não vale a pena tapar o sol com a peneira!...
Em Setembro, outro pároco (Abel Maia, que vem de Mirandela) virá para Fafe para a função de “moderador” da paróquia (até desse poder o Padre Lopes foi ilegalmente esbulhado pelo Arcebispo, lembremos).
Pelo que parece, a dança das cadeiras não pára. Nos últimos dois/três anos, entre párocos “moderadores” e coadjuvantes, já por aqui passou quase meia dúzia de clérigos. A pacificação impõe-se mas, para que tal aconteça, o prelado bracarense terá de intervir e “reabilitar” o Padre Peixoto Lopes, chamando-o a dar o seu contributo pastoral à paróquia.
O Arcebispo tem de deixar de impor a sua lei, cega e unilateral, ao seu povo e aos seus servidores. Porque o que se verifica é que o povo miúdo da igreja fafense tem-se servido do Padre Lopes para diversos actos religiosos (o que terá desgostado justamente o Padre João Fernando), num exercício de democracia directa e de desafio de que a Diocese não estaria à espera. E tal compreende-se que aconteça, porque o tempo das ditaduras há muito acabou, excepto em sectores da Igreja, como a bracarense!...
A Igreja deve estar com o povo e não contra o povo!
Qualquer arcebispo já deveria conhecer e praticar esta verdade tão comezinha há muito tempo. Mas, pelos vistos, o de Braga não sabe. Ou não quer saber. Como reza o adágio, mais cego que quem não vê a realidade, é quem persiste teimosamente em ignorá-la!...

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