quarta-feira, 6 de março de 2013

Um livro de vez em quando: "O Teu Rosto Será o Último"


 
Deixamos hoje algumas palavras sobre um livro fascinante, o primeiro romance de um jovem autor, João Ricardo Pedro, com o título “O Teu Rosto Será o Último”.
Trata-se do livro vencedor do Prémio Leya 2011 e que foi editado o ano passado e conta com uma mão cheia de edições.
O escritor João Ricardo Pedro nasceu em 1973, na Amadora, licenciou-se em Engenharia Electrotécnica e durante mais de uma década trabalhou em telecomunicações.
Em 2009, em consequência da crise que se abateu sobre o mercado de trabalho, achou-se na situação de engenheiro desempregado, casado e pai de dois filhos, e que, no mesmo dia em que ficou sem trabalho, resolveu sentar-se ao computador para começar a escrever. Deu a volta ao destino e compôs um notável romance.
A situação de desemprego inesperado, sem dúvida, sendo martirizante para o profissional, acabou por ser benéfica para o autor, que assim conseguiu tempo e disponibilidade criativa para construir um romance de mais de duas centenas de páginas de pura literatura.
Extraordinariamente bem escrito, lançando mão dos recursos estilísticos e imagéticos de grande pertinência, o livro impõe-se como uma das revelações literárias dos últimos anos.
O escritor e poeta Manuel Alegre presidiu ao júri que atribuiu o Prémio Leya 2011 e apresentou o livro vencedor, em cerimónia que contou com a presença do Presidente da República.
Para Alegre, “A história de Duarte, personagem principal do romance, é, ao fim e ao cabo, a de uma geração cujos pais foram à guerra, viveram o 25 de Abril, tiveram sonhos, assistiram à queda do muro, ao desmoronar de utopias e ao início de uma nova era de incerteza e insegurança. É o país recente e de agora que perpassa nas páginas deste belíssimo romance. Composição de histórias autónomas, que se traçam em fios secretos, “O Teu Rosto Será o Último” é um romance apoiado em imagens fortes que nos dá um perturbador painel do presente português. Nenhum leitor ficará indiferente à sua linguagem marcada pelo lirismo e pela violência do quotidiano.
João Ricardo Pedro mostra que mesmo numa situação de desamparo é possível encontrar caminhos novos. E que um desses caminhos passa pela criação, pela arte, pela cultura. Tal como em outras épocas difíceis, o mundo volta a precisar dos filósofos, dos escritores e dos poetas.
Contra a crise, atrevo-me a recomendar aos políticos, tanto aos do governo como aos das oposições: ler todos os dias um poema e algumas páginas de um bom romance como o de João Ricardo Pedro. Faz bem à saúde e ao espírito. E até à política”.
“O Teu Rosto Será o Último”, de João Ricardo Pedro, é um livro fantástico e um hino à língua portuguesa!

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