segunda-feira, 25 de março de 2013

Poesia todos os dias!


Em 21 de Março, celebrou-se o Dia Mundial da Poesia, uma criação da UNESCO, datada de 1999, para celebrar a diversidade do diálogo, a livre criação de ideias através das palavras, criatividade e inovação. A data visa fazer uma reflexão sobre o poder da linguagem e do desenvolvimento das habilidades criativas de cada pessoa.
Como tem acontecido ao longo dos últimos 14 anos, a comemoração serviu para o lançamento de livros, promoção de recitais, declamação de poesia nos mais diversos e improváveis locais.
Lembra-se, em 21 de Março, uma forma de criação literária que, nos restantes meses, é praticamente sonegada.
Escrever poesia, publicar poesia, ler poesia são exercícios de loucura e gratuitidade nestes tempos ominosos de materialismo, de negócios, de empobrecimento humano, em que os cidadãos estão mais preocupados com o pão que é necessário para encher as bocas dos filhos do que com os ócios que preenchem a fome do espírito, mas não servem para nada, afinal.
A poesia está absolutamente desaparecida de combate quando entramos numa qualquer livraria e apenas lobrigamos romances de Paulo Coelho, As Cinquenta Sombras de Grey e suas sequelas, quando muito as últimas obras de Nicholas Sparks, de José Rodrigues dos Santos ou António Lobo Antunes.
Contam-se pelos dedos as centenas de pessoas que, pelo país além, escrevem e lêem poesia, apesar de identitariamente nos considerarem um país de poetas.
Mas de poetas e loucos todos temos um pouco.
Fica bem ostentar na estante da sala de jantar um exemplar dos Lusíadas, ou da Eneida, ou da Mensagem. Como alguém escrevia há tempos, “ a qualidade de um homem do mundo vê-se hoje tanto pela estante como pela marca de colónia que fede, e um ou dois livros de poesia ficam bem na estante de uma pessoa de sucesso”.
Porém, os políticos gostam de colocar na lapela e decorar os seus discursos com sugestivas citações de Luís Vaz de Camões, Fernando Pessoa ou Eugénio de Andrade, e tantos outros poetas portugueses, em função dos seus interesses, ou da sua ignorância e falta de ideias.
É evidente que não são capazes de ler e apreciar obras poéticas, de mediana dimensão, porque a maioria são iletrados. Conhecem, quando muito, folhas de excell ou sabem manejar um Ipad, mas são completamente ignaros do melhor que um país pode ostentar, que é a sua literatura, a sua poesia, a sua cultura…
É claro que para os políticos a cultura está na última fila da ordem de prioridades. Todos se pelam pela garantia da segurança, pelas funções sociais do Estado, pela Defesa, pela Agricultura, pela Economia.
Mas ninguém se inquieta com a poesia, nestes tempos ominosos das troikas, dos cortes, dos défices, das moções de censura, da inflação desmesurada e violenta de palavras e discursos que nada acrescentam à alma dos cidadãos, ao seu coração, à sua sensibilidade.
Como escreve um poeta maior da literatura portuguesa, Manuel Alegre:
Cada poema que se escreve é uma derrota da indigência, seja ela cultural, ética, política ou mesmo literária. Uma derrota da indigência e da regressão civilizacional que hoje estamos a viver.
Nos tempos que correm, cada poema, independentemente do seu conteúdo, é um acto de resistência. Contra a contaminação da linguagem por aquilo a que Sophia de Melo Breyner chamou “o capitalismo das palavras”. Contra a cultura do número e a ocupação da língua por taxas de juro, cotações bolsistas, troikas e empresas de rating. Contra a violação da nossa liberdade pela mão invisível. Contra o imediato, o efémero e o mediático. (…)
Entre os muitos défices que avassalam o mundo e invadem as nossas vidas há um de que não se fala: o défice de poesia. Não será possível resolver os outros sem que no cinzento de cada dia haja um pouco mais de azul, um pouco mais de poesia.
A palavra do homem está pervertida. Pela tecnocracia, pelos interesses, pelo império do dinheiro. A pequena ou grande revolução que cada poeta pode fazer é subverter o discurso instituído e recuperar a força mágica da palavra. Porque a poesia é linguagem e só por ela se pode reconquistar a perdida beleza da palavra do homem.
Talvez seja para isso que servem os poetas em tempo de indigência. E talvez seja esse o poder da poesia na grande selva em que se transformou o mundo”.
A reivindicação que há que fazer é que a poesia ilumine as nossas vidas, como porventura a religião e a filosofia.
São dimensões espirituais que humanizam o homem e o tornam melhor, mais perfeito, mais belo, mais nobre.
Poesia todos os dias!
 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Incompetência colossal!

 
1. O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, “confessou” esta sexta-feira, comentando a sua visão dos resultados da sétima avaliação da tróica, que não terão sido tão “positivos” quanto propagandeou, a sua mais completa incompetência para gerir o país, do ponto de vista financeiro, logo, para honrar o exercício do cargo que ocupa há quase dois anos. Mais uma vez, sem qualquer surpresa, de resto, atento o passado recente, falhou em todas as previsões que fez ao longo dos últimos meses.
Em Setembro de 2012, previu um “crescimento negativo” (ainda não consegui perceber como é que se consegue crescer andando para trás, mas não sou economista…) para este ano de 1%. Seis meses volvidos apenas, a nova previsão aponta para 2,3%. Mais do dobro. O défice previsto na mesma altura para este ano era de 3%. Vai chegar aos 5,5%, na melhor das hipóteses. O dobro do previsto. O desemprego previsto era de 16,4%, agora já se aponta para cerca dos 19% durante 2013. E para trás, ficam sucessivos fracassos nas previsões relativamente ao ano de 2012, cujos números foram muito além dos estimados pelo catedrático dos falhanços, que não se percebe como chegou a ministro, a não ser para satisfação dos especuladores da finança internacional, a quem ele dá garantias (e aí não falha, categoricamente) de esbulhar os portugueses até ao osso, prosseguindo a maquiavélica estratégia de empobrecimento dos cidadãos do país que não parece ser o seu. E se calhar não é, porque o capitalismo é internacional.
Assim, nem uma única previsão que fez foi confirmada, sinal de que só por sadismo de Passos Coelho, que há-de pagar seguramente bem caro, a pretensa “luminárias das contas” ainda se mantém à frente da pasta mais relevante do governo. As previsões económicas que o homem faz, sistematicamente, erram a todos os níveis e são sucessivamente alvo de revisões, negativas. Não sei do que é que o chefe do governo ou o silencioso e desaparecido Presidente da República (que só critica os males da Europa, quando o que importava ouvi-lo era acerca da tragédia que os seus correligionários estão a fazer desabar sobre o povo que o elegeu…) estão à espera para fazer desaparecer da nossa vista esta manifesta e reiterada incompetência colossal.
Um homem que apresenta as medidas mais gravosas que supor se possam com o ar mais frio, insensível e pastoso que se imagina, sem a mínima consideração humana pelo sofrimento, pelas dores, pelas carências de tantas famílias por esse país fora. Tanto se lhe dá que haja 500 000 como 1 milhão de desempregados. Gaspar só vê contas na sua folha de excell: quanto o país deve, quanto tem de cortar na saúde, na educação, na protecção social, quanto é necessário sacrificar de ordenados e pensões para que os sacrossantos credores possam receber.
A imprensa refere que “Gaspar impõe duas vezes mais austeridade que a exigida pela troika”. Mas ainda assim não está satisfeito. E ainda assim, as contas saem sistematicamente furadas, não cumprindo uma única meta. E ainda assim tem o desplante de não saber o que vai ser o futuro próximo. Mas então que está o homem lá a fazer? Não têm os estadistas a obrigação de antecipar o futuro?
Para fazer contas de merceeiro, sistematicamente erradas, qualquer dona de casa poderia ser ministra das Finanças!...
Esta gente não tem um pingo de vergonha na cara!...
2. O presente deste país é imensamente negro e o futuro não lhe fica atrás. Para disfarçar a sua incompetência, Vítor Gaspar esconde-se atrás de uma retórica técnica, que poucos percebem e que nem ele próprio saberá o que significa. Por exemplo: ‎"A revisão dos limites foi calibrada de forma a garantir uma constância na persistência do esforço de consolidação orçamental ao longo de tempo, de forma a conciliar os efeitos do ajustamento com a necessidade de ancorar a dívida pública e do financiamento dessa dívida."
Quem é que sabe o que quer dizer este palavreado de um ministro que quer transmitir uma mensagem à população?
Contudo, para assassinar em absoluto qualquer esperança dos portugueses, o ministro foi claro: “para que Portugal consiga diminuir a dívida para limites europeus, o ajustamento terá de continuar durante décadas. Corrigir níveis excessivos de dívida exigirá o esforço de uma geração”, atirando para 2040 a altura em que Portugal conseguirá chegar a 60%, em linha com o exigido no pacto europeu.
E ainda vem, provocatoriamente, com os “amanhãs que cantam”, velha ladainha que conhecemos de outras paragens. Que a sociedade portuguesa, depois de ultrapassado este transe difícil da sua História, vai surgir mais aberta, mais competitiva, mais concorrencial, mais próspera e mais justa.
Além de incompetente e falhado, o homem tem mesmo lata!
3. Que se lixe o défice, proclamam os portugueses, que, derreados por uma paixão pela austeridade deste governo, não sabem o que hão-de fazer à vida. Não há emprego, não há salários dignos, sobram a pobreza e a emigração. Portugal será cada vez mais um país de velhos, regredindo em factores que teciam alguma modernidade, como a mortalidade infantil, a qualificação da população, a esperança média de vida.
É dramático que aceitemos um governo que está a matar o que Portugal tem de melhor!

domingo, 17 de março de 2013

Lídia Franco está no Teatro-Cinema de Fafe este sábado



A conhecida actriz Lídia Franco – que nesta altura pertence ao júri do concurso “Feitos ao Bife”, da RTP1- vai estar no Teatro Cinema de Fafe no próximo sábado, 23 de Março, a partir das 21h30, para apresentar a peça “Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa”.
Os bilhetes custam apenas 5 euros, sendo a peça para maiores de 12 anos.
“Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa” é um Hino à Vida e ao Ser Humano. Mostra-nos a amizade total entre uma criança com leucemia e a Senhora Cor-de-Rosa (voluntária na área da pediatria do hospital), que todos os dias o visita. Entre os dois estabelece-se um jogo: “cada dia equivale a dez anos”. Deste modo, o menino passa a ter a sensação de que avança no tempo e de que aproveita a vida nas suas diferentes idades.
Nessa “longa” vida que o menino passa a ter, ele reinventa o Mundo sob a maravilhosa cor da fantasia, desafiando a morte com um olhar divertido sobre o universo dos adultos e das outras crianças que o rodeiam no Hospital.
O espectáculo estreou em 2008 no Teatro Nacional D. Maria II, onde esteve dois meses e meio em cena e sempre com as salas esgotadas. Depois, foi já representado em inúmeros palcos pelo país.
 
Ficha Técnica:

Autor: Eric-Emmanuel Schmitt
Tradutoras: Ivone Moura e Lídia Franco
Encenadora: Marcia Haufrecht
Cenógrafa e Figurinista: Ana Vaz
Desenho de luz: José Carlos Nascimento
Adaptação do desenho de luz: José Nuno Lima
Actriz: Lídia Franco

Um espectáculo a não perder!

quarta-feira, 6 de março de 2013

Um livro de vez em quando: "O Teu Rosto Será o Último"


 
Deixamos hoje algumas palavras sobre um livro fascinante, o primeiro romance de um jovem autor, João Ricardo Pedro, com o título “O Teu Rosto Será o Último”.
Trata-se do livro vencedor do Prémio Leya 2011 e que foi editado o ano passado e conta com uma mão cheia de edições.
O escritor João Ricardo Pedro nasceu em 1973, na Amadora, licenciou-se em Engenharia Electrotécnica e durante mais de uma década trabalhou em telecomunicações.
Em 2009, em consequência da crise que se abateu sobre o mercado de trabalho, achou-se na situação de engenheiro desempregado, casado e pai de dois filhos, e que, no mesmo dia em que ficou sem trabalho, resolveu sentar-se ao computador para começar a escrever. Deu a volta ao destino e compôs um notável romance.
A situação de desemprego inesperado, sem dúvida, sendo martirizante para o profissional, acabou por ser benéfica para o autor, que assim conseguiu tempo e disponibilidade criativa para construir um romance de mais de duas centenas de páginas de pura literatura.
Extraordinariamente bem escrito, lançando mão dos recursos estilísticos e imagéticos de grande pertinência, o livro impõe-se como uma das revelações literárias dos últimos anos.
O escritor e poeta Manuel Alegre presidiu ao júri que atribuiu o Prémio Leya 2011 e apresentou o livro vencedor, em cerimónia que contou com a presença do Presidente da República.
Para Alegre, “A história de Duarte, personagem principal do romance, é, ao fim e ao cabo, a de uma geração cujos pais foram à guerra, viveram o 25 de Abril, tiveram sonhos, assistiram à queda do muro, ao desmoronar de utopias e ao início de uma nova era de incerteza e insegurança. É o país recente e de agora que perpassa nas páginas deste belíssimo romance. Composição de histórias autónomas, que se traçam em fios secretos, “O Teu Rosto Será o Último” é um romance apoiado em imagens fortes que nos dá um perturbador painel do presente português. Nenhum leitor ficará indiferente à sua linguagem marcada pelo lirismo e pela violência do quotidiano.
João Ricardo Pedro mostra que mesmo numa situação de desamparo é possível encontrar caminhos novos. E que um desses caminhos passa pela criação, pela arte, pela cultura. Tal como em outras épocas difíceis, o mundo volta a precisar dos filósofos, dos escritores e dos poetas.
Contra a crise, atrevo-me a recomendar aos políticos, tanto aos do governo como aos das oposições: ler todos os dias um poema e algumas páginas de um bom romance como o de João Ricardo Pedro. Faz bem à saúde e ao espírito. E até à política”.
“O Teu Rosto Será o Último”, de João Ricardo Pedro, é um livro fantástico e um hino à língua portuguesa!

terça-feira, 5 de março de 2013

O POVO NA RUA E O PS ESCONDIDO!


1. Este sábado, 2 de Março, entra na História como mais uma oceânica manifestação nacional que levou centenas de milhares (há quem fale em milhão e meio) de portugueses às ruas de 40 cidades do país, para protestar contra a odiosa e reiterada política de austeridade do actual governo, servil executor dos ditames da tríade internacional que nos empresta dinheiro a troco de inqualificável exploração especulativa.
Promovida pelo movimento «Que se lixe a troika, o povo é quem mais ordena», que começa a mexer com o coração e a raiva dos cidadãos causticados por uma crise financeira de que não se julgam culpados, e não o são, a contestação juntou pelos menos 800 mil pessoas em Lisboa, 400 mil no Porto, dez mil em Braga e inúmeras em outras cidades portuguesas e até em capitais estrangeiras.
Eram novos e velhos, desempregados e profissionais dos mais diversos sectores, reformados, gentes de diversa proveniência económica e social, a dar voz e rosto ao protesto contra a situação económica e as perspectivas dramáticas que se antevêem para o país. Toda a nação esteve representada!
Em todas elas, o povo se trajou de cartazes, telas, slogans e tarjetas contra as políticas selvagens do governo, que estão a destruir o tecido social e humano deste país, ao resultarem no aumento diário do desemprego para números absolutamente pornográficos, ao provocarem falências em série, ao evidenciarem uma estratégia de destruição do Estado Social, lesando os direitos da generalidade dos portugueses no legítimo acesso aos serviços de saúde, educação e segurança social, em condições de dignidade e justiça, como manda a Constituição da República, que tantos engulhos provocam a alguns, que mais gostariam de não haver constituição alguma.
Em fundo, e por todo o país, entoou-se até às lágrimas e ao mais fundo da alma revoltada a mítica canção «Grândola, Vila Morena», que Zeca Afonso escreveu em momento de épica inspiração, que foi santo-e-senha do 25 de Abril de 1974 e que volta a constituir lema icónico neste tempo de negrume e desesperança, de tristeza e rejeição do vampirismo, de justa e serena contestação. Por muito que custe a ministros incompetentes e a patrões que vivem à custa do povo, como Alexandre Soares dos Santos, que parasita os consumidores portugueses. O 25 de Abril está de novo no coração dos portugueses, sem dúvida!
Foi pedida a demissão do governo, a quem foi apontada a rua por quem na rua estava!
Enfim, um protesto enérgico, expressivo, eloquente para quem o queira “ler”, que não pode ser, por isso, desvalorizado nem menorizado pelo governo e pela tróica, que são os algozes dos cidadãos, de um povo que está farto de ser espezinhado, calcado, maltratado, espoliado e que, na hora certa, saberá responder cabalmente à situação, não tenham dúvidas os políticos bulldozers dos nossos aziagos dias!
É que estamos fartos de ser bem comportados, alinhadinhos com uma Europa que não nos liga nenhuma, que se borrifa para os mais fracos, que apenas quer prosseguir os seus interesses capitalistas e financeiros, que não são rigorosamente a nossa praia.
 
2. Enquanto o povo se manifestava exuberantemente na rua, com toda a sua paixão, com a sua justa indignação, com o furor do seu descontentamento, o secretário-geral do PS não teve mais que dizer aos portugueses, em Campo Maior, que “têm muitas razões para estarem indignados». E que o governo devia ter a inteligência de reconhecer que falhou.
António José Seguro acusou o primeiro-ministro de praticar uma política baseada na «inconsciência» social, e que «só quem não conhece a realidade e o sofrimento por que passam os portugueses, é que pode dizer, perante o maior aumento do desemprego que nós conhecemos na história do nosso país, que esses dados estão em linha com as previsões do Governo». «Nunca vi tamanha inconsciência do ponto de vista social num governante no nosso país», sentenciou o líder socialista.
É claro que o que António José Seguro tinha obrigação de fazer era estar na rua, na tarde deste sábado, com a justa indignação dos portugueses. O PS só será poder quando se demarcar decisivamente, claramente, cristalinamente, do governo, da ignorante tróica e de um memorando que não tem nada a ver com o que foi assinado há quase dois anos. Só um líder fraco, demasiadamente light e sem a mínima convicção, diz o que diz e não sai para junto do povo, para manifestar a revolta contra uma situação de destruição ideológica de Portugal. Pode estar à vontade e sem peso de consciência, que os portugueses já perceberam que o memorando que o actual governo tanto acena ter firmado com o BCE, o FMI e a Comissão Europeia do grande patriota Durão Barroso, que é quem mais se entesa para o endurecimento das condições impostas ao povo do seu país, tem tanto a ver com o que o PS assinou como algumas lasanhas têm a ver com a carne de vaca!
Inacreditável, simplesmente, esta submissão aos fantasmas de um socratismo que é pura imaginação do poder vigente, para melhor domesticar um Partido Socialista que não se consegue libertar das suas sombras recentes!
Razão tem o antigo presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, ao considerar que o PS «ainda não concretizou o grande desafio» de «corporizar» o descontentamento dos portugueses contra o governo.
Proclamou ele, este fim-de-semana: «Tenho dito que o Partido Socialista tem feito um grande esforço para corporizar, dar dimensão e interpretar este descontentamento que há no nosso país e construir uma política alternativa, mas, verdadeiramente, o PS só será eficaz se o crescimento do descontentamento em Portugal tiver uma proporção no crescimento da influência do PS e do seu potencial eleitoral. Enquanto o descontentamento crescer mais do que a confiança no PS, ainda não somos suficientemente fortes para responder afirmativamente e com credibilidade aos anseios do povo português».
Este é o julgamento de António José Seguro, que se tem mostrado incompetente para capitalizar o justo descontentamento que grassa na sociedade portuguesa. Com a sua atitude passiva, de mero criticismo comicieiro, não vamos a lado nenhum. Ou rompe com a situação ou não chega a S. Bento. Ele é que tem de escolher, e urgentemente!
Os portugueses não podem esperar mais!

segunda-feira, 4 de março de 2013

Fafenses passearam por Montalegre


 
O Centro Cultural, Social e Desportivo dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Fafe rumou este sábado até Montalegre, terra que me diz muito. Cerca de meia centena de funcionários de diferentes serviços e categorias conviveram ao longo do dia, fraternalmente.
Começámos por parar nos cafés de Salto, freguesia onde nasci e próximos da igreja onde fui baptizado, para o “cafezinho” da manhã. Que bem que soube!
Seguiu-se um momento histórico: a visita à Central Hidroeléctrica dos Pisões (Alto Rabagão). Descemos até à cota de 188 metros abaixo da superfície, visitando a maquinaria que bomba a água até à barragem da Venda Nova. Um privilégio certamente irrepetível!
O almoço, ao lado do paredão da albufeira, foi o máximo, culminado com um cozido de truz! Muita animação musical, pelo acordeão do Albano Pereira e acompanhantes de viola (Ana Maria, Pinto e Tó), deu para passar algumas horas no conforto do restaurante, rodeado de um frio de neve.
O último marco miliário da visita foi Montalegre, a vila do famoso Ecomuseu – Espaço Padre Fontes, do carvalho da Forca, da estátua do João Rodrigues Cabrilho, que descobriu a Califórnia em 1542 e do seu ícone maior, o Castelo, onde se tirou a foto de grupo, para a posteridade, e se voltou a contactar a neve, ainda em abundância.

Um dia em grande, sem dúvida, com frio, qb, mas com o calor da maior amizade!